07 dias para Athletico cravar 100 anos de existência: empolgação geral!

Quando um piá de torcida encarou o Buda BAIXADA | Edição #32: Um piá de torcida contra o Buda.

A melhor, mais moderna e mais barata newsletter sobre o Athletico. Uma produção independente de André Pugliesi e Sandro Moser

Era 1977, o punk estourou, um blackout em NY precipitou o Hip-Hop e dois Reis pararam. Pelé, o da bola, parou num gramado sintético no Giant Stadium. Elvis, o do rock, parou para sempre, num banheiro da mansão em Graceland. Para o Athletico, contudo, parecia a mesma temporada desde 1971.

Sem grana. Sem títulos. Sem futuro. Sem Sicupira, ausente desde 1975 e ainda todo dia. E com as perturbações de sempre: propostas indecorosas pela compra do terreno da Baixada, conversas escandalosas sobre fusões com times da cidade, e a última ideia maravilhosa era unir-se ao Colorado, outro fodido da Rua Engenheiros Rebouças.

A melancolia atleticana, entretanto, acabaria rompida em setembro daquele ano, nas eleições para a presidência do Furacão. Quando um piá de 19 anos, líder de torcida organizada, desafiou o então mandatário do clube, ninguém menos do que Aníbal Khury, o político mais importante da história do Paraná.

Naquela época, o apelidado Buda ainda amealhava o poder que o fez espraiar influência por todos os 200 mil km2 do estado, e havia encontrado no futebol, e num time popular, cenário para adquirir ainda mais notoriedade. Mas já ostentatava respeito suficiente para afugentar oponentes em qualquer arena.

Não um guri de nome invulgar: Doático. Quem se chama Doático? Ninguém se chama Doático. Só o Doático Alcides Alves dos Santos, batizado assim pela mãe, Dona Sebastiana, devota empedernida do arcebispo de Curitiba, Dom Ático Eusébio da Rocha. E aí você já entendeu o que aconteceu no cartório.

“A nossa torcida era muito forte e com o incentivo do pessoal, e o respaldo de conselheiros, decidi participar das eleições, como uma forma de sacudir o clube”, recorda Doático Santos, 67 anos, atual conselheiro do Furacão e presidente da Assocap, a Associação dos Sócios do Athletico.

Quando diz “nossa torcida”, o atleticano está falando do Esquadrão da Torcida Atleticana, o ETA, a primeira facção organizada de arquibancada do Rubro-Negro, fundada em 72. Nos anos 70, as reuniões de torcedores atrás de uma faixa, com movimentos coordenados e alegorias ainda eram uma novidade no Brasil.

O recorte da Tribuna do Paraná.

O recorte da Tribuna do Paraná, mostrado acima, de setembro de 77, resume a história e nós reproduzimos para você, com um destaque para o final:

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